A Jornada Somar FORÇAS da Credicitrus chegou ao seu trigésimo episódio no dia 18 de novembro com o tema “A importância do planejamento na sucessão familiar”. Teve como palestrantes os cooperados Alexandre Borges Oliveira, administrador de empresas pós-graduado em agronegócio, produtor rural em Tangará da Serra, MT, e empreendedor imobiliário em Mato Grosso e no município de Monte Azul Paulista, SP; Flavio Fioravanti, engenheiro civil, construtor e empresário rural, e seu neto Flavio Fiovavanti Neto, administrador de empresas, atualmente à frente das atividades agropecuárias da família desenvolvidas em Olímpia, SP, e no norte do Paraná; e Nilton Cesar Zanchetta e seu filho Caíque Biasotto Zanchetta, também administrador de empresas, que dirigem a empresa NP Zanchetta Cerealista, de Borborema, SP, que produz e processa amendoim, destinado principalmente ao mercado externo. Todos compartilharam suas experiências na sucessão nos negócios e deram dicas de como fazer com que esse processo transcorra sem dificuldades.

Gabriely Monteiro Freire, supervisora de Relacionamento Corporativo da Credicitrus, abriu o evento ressaltando que o sucesso e a longevidade da Jornada SOMAR Forças, se deve ao propósito da Cooperativa: “O propósito é o que nos une, é o porquê de nossa existência, que é sermos o principal meio de construção da prosperidade de cada cooperado. Com isso, beneficiamos o associado, sua família, seus funcionários e os negócios locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social das comunidades nas quais estamos presentes”.

O cooperado e professor Marcos Fava Neves, da USP e da FGV, foi o mediador do encontro, função que tem exercido desde o primeiro episódio dessa série. Ressaltou, na introdução que a realização de uma série com 30 episódio, que ainda terá continuidade, representa um recorde. Acrescentou: “Tivemos nesses 30 episódios mais de 30 mil visualizações, número que continua crescendo, pois os eventos permanecem gravados, compondo uma rica videoteca digital à disposição de todos os interessados”.

Para assistir à gravação do trigésimo episódio, acesse:

A série completa de seminários online realizados desde maio de 2020, também está disponível no canal da Cooperativa no Youtube, com acesso pelo link:

Experiências compartilhadas

São resumidas, a seguir, as apresentações dos cooperados convidados.

Alexandre Borges Oliveira contou que, em 2005, após formar-se, começou a trabalhar nos negócios da família. Procurou entender aos poucos como as atividades eram conduzidas, evitando o que considera comum nesse processo: “Em geral, quando entra no negócio, o filho tende a bater de frente com o pai, achando que sabe tudo, e isso atrapalha. É preciso respeitar a experiência dos mais velhos”. Atuando com serenidade e paciência, gradativamente identificou pontos de melhoria e foi introduzindo avanços tecnológicos, vencendo a resistência de colaboradores mais antigos e, assim, possibilitando a contínua modernização da organização. A seu ver, a receita para uma boa sucessão é baseada nos seguintes pontos: respeito entre pai e filhos; se possível, o filho trabalhar fora um tempo, para adquirir conhecimento e conquistar respeito no mundo profissional; contar com o apoio de consultores externos, pois não se conhece tudo; e introduzir mudanças e melhorias de forma gradativa, sempre com muito diálogo. Para completar, deu uma dica que vai além da sucessão: estar atento à gestão de risco, que é essencial para a sobrevivência e o sucesso particularmente no setor agropecuário.

Nilton Zanchetta relatou que aprendeu a trabalhar com seu pai, que tinha uma máquina de beneficiamento de cereais. Hoje a empresa só trabalha com amendoim. Contou que seu filho Caíque, cuja irmã gêmea é médica, acompanha as atividades da família desde pequeno. Hoje com 28 anos, é o responsável pela área comercial da NP Cerealista e, principalmente, pelo êxito que alcançou no mercado internacional: “Caíque veio com ideias novas, introduziu tecnologia em nossas atividades. De meu pai, recebi conhecimento e experiência. Meu filho introduziu o novo. Antes não exportávamos, hoje temos certificações internacionais, participamos de feiras no exterior e, com isso, estamos crescendo juntos, sempre com muito diálogo, sem qualquer atrito. Nossa empresa não é a maior, mas é um modelo mundial”.

Flávio Fioravanti sempre viveu na cidade de São Paulo. Formou-se em engenharia civil em 1955 e, no ano seguinte, casou-se com Sara Junqueira Franco, de Olímpia, SP. Tem três filhos, Flávio, que em 1987 integrou-se à administração dos empreendimentos familiares, Maria Amélia e Márcia, e 10 netos. Destes, Flávio desde 2017 responde pela gestão das atividades agropecuárias da família. Com relação à sucessão nos negócios, fez alguns comentários e algumas recomendações, assim resumidas: a sucessão é um fato inevitável, embora a maioria ache que nunca vai acontecer; um dia aparece e, se não houver um certo preparo, pode ser uma complicação gigante; a sucessão pode ocorrer em um processo intervivos, o mais aconselhável, ou por causa mortis; o processo demanda estudos detalhados, aconselhamento de especialistas e observância dos aspectos legais envolvidos; deve ocorrer no momento em que os herdeiros possam usufruir os bens que vão receber; e os doadores devem reservar meios para seu usufruto suficientes para que mantenham seu estilo de vida.

Flávio Fioravanti Neto, hoje com 32 anos de idade, ingressou nas atividades da família há quatro anos. Antes adquiriu experiência trabalhando no mercado financeiro na cidade de São Paulo e, depois, em uma empresa de consultoria. Também recomenda o diálogo e o respeito como principais ingredientes da sucessão bem resolvida e dá outras dicas, válidas particularmente para empreendimentos rurais: tratar a fazenda como uma empresa, com CNPJ, pois é comum produtores rurais atuarem como pessoas físicas; e criar regras bem definidas para a empresa, fixando salários e retiradas e outras diretrizes de conduta. Comentou: “Em nosso caso, criamos uma holding patrimonial, o que se revelou mais conveniente. Regras claras são a base da solidez e da segurança do negócio e minimizam as chances de conflitos”.

Walmir Segatto encerrou o evento ressaltando a necessidade de formação de pessoas para dar continuidade à modernização dos negócios, para que acompanhem o ritmo de evolução tecnológica e as transformações da sociedade: “É algo muito sério, para que tenhamos pessoas preparadas para nos representarem em todos os níveis”.

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