Seguem nossas reflexões de fatos e números do agro em dezembro/janeiro e o que acompanhar em fevereiro.

Na economia mundial e brasileira, a inflação no território nacional, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,62% no último mês de 2022, valor superior àquele registrado em novembro (0,41%), segundo apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dentre as categorias mensuradas, saúde e cuidados pessoais apresentou a maior variação positiva (1,60%), seguida de vestuário (1,52%) e alimentos e bebidas (0,66%).

Com isso, o indicador fechou o ano de 2022 em 5,79%, superando o teto previsto pelo governo de 3,5%, mas bastante inferior ao constatado durante 2021 (10,06%). O grupo de produtos de vestuário teve o maior peso no bolso dos brasileiros em 2022, com inflação acumulada de 18,02%; na sequência alimentos e bebidas aparecem com 11,64% e saúde e cuidados pessoais fecha o ranking com 11,43%. Nas demais categorias, apenas transportes e comunicação recuaram (-1,29% e -1,02%, respectivamente); enquanto o restante apresentou altas que variam até 10%: habilitação (+0,07%), artigos de residência (+7,89%), despesas pessoais (+7,77%) e educação (+7,48%).  Durante o ano, alguns alimentos se destacam pela inflação acumulada: cebola (+130,14%), batata-inglesa (+51,92%), leite longa vida (+26,18%), frutas (+24,00%) e pão francês (+18,03%). Esses foram os grandes vilões do orçamento de muitas famílias.

No que tange aos indicadores econômicos divulgados via boletim Focus do Bacen em 16 de janeiro de 2023, nota-se que, mesmo com os turbulentos acontecimentos das invasões em Brasília e algumas tratativas desastrosas do atual governo, o mercado segue resiliente. Assim, o IPCA foi estimado em 5,39% (alta) para o acumulado de 2023 e em 3,70% (alta) para o ano seguinte. Por sua vez, a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) foi projetada em 0,77% e 1,50% para os respectivos anos de 2022 e 2023 (ambos caem ligeiramente). A taxa Selic para 2023 subiu 0,75% frente há 4 semanas atrás, estando cotada em 12,50% para o final de 2023 e deve alcançar 9,25% em 2024. Finalmente, para o câmbio devemos ver estabilidade da moeda até o final do próximo ano, estando cotada a aproximadamente R$ 5,30.

No agro mundial e brasileiro, pelo 9º mês consecutivo, o Índice de Preços de Alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) sofreu queda, chegando a 132,4 pontos em dezembro, o que representa uma variação negativa de 1,9% ou de 2,6 pontos frente a novembro. A queda foi liderada pelo índice de óleos vegetais (-6,7%), o qual alcançou seu menor patamar desde fevereiro de 2021, com a perspectiva de aumento na produção pela América do Sul. Cereais também evidenciaram queda (-1,9%) graças à evolução da colheita do hemisfério Sul. Para as carnes, houve queda de 1,2% no índice, devido à desaceleração no consumo da carne bovina no mês e oferta abundante da carne de frango para exportação, refletindo em menores preços para comercialização. Açúcar e lácteos foram na contramão, apresentando incrementos de 2,4% e 1,2%, respectivamente. Para o primeiro produto, problemas climáticos incidentes na safra indiana e atrasos de moagem na Tailândia e Austrália geraram incertezas quanto à oferta; enquanto que para o segundo, o grande impacto ficou com a valorização nos preços internacionais dos queijos. A nona redução no índice de preços ainda não foi suficiente para anular o crescimento acumulado em 2022, uma vez que a média do indicador ficou em 143,7 pontos, 14,3% superior àquela identificado no ano anterior.

Em sua atualização mensal (janeiro), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reestimou a safra de grãos brasileira do ciclo 2022/23 para 310,9 milhões de t, valor 0,4% inferior à projetada em dezembro (de 312,2 milhões de t), mas ainda assim quase 15% superior às 271,6 milhões de t colhidas no ciclo anterior. A queda no volume é consequência do clima adverso, principalmente no estado do Rio Grande do Sul. A área total esperada para este ciclo é de 77,1 milhões de ha, o que equivale a um incremento de 3,4% ou 2,54 milhões de ha. Considerando as principais culturas, na soja a expectativa de produção é de 152,7 milhões de t, evidenciando incrível incremento de 21,6% em comparação ao ciclo passado, em uma área cultivada de 43,5 milhões de ha (+4,7%). Já para o milho, a área total projetada para o ciclo é de 22,3 milhões de ha (+3,4%), sendo esperadas 125,1 milhões de t (+10,5%) com 26,5 milhões advindas da safra verão (+5,7%) e outras 98,6 milhões provenientes da 2ª e 3ª safra (+5,2%). Por sua vez, o algodão deve entregar volume de pluma próximo a 3,0 milhões de t (+14,3%), considerando uma área semeada de 1,6 milhão de ha (+3,7%). Para finalizar, as culturas de inverno devem apresentar incremento de 24,0% em seu volume produzido, alcançando 11,6 milhões de t, com grande destaque para o trigo que deverá produzir 9,8 milhões de t em 3,1 milhões de ha (+12,7%). Apesar de perdermos 1,3 milhão de t frente ao mês passado, ainda estamos bastante otimistas frente aos números apresentados!

Em relação as operações no campo, a Conab ainda não indicou o início da colheita de soja e milho pelo país, apesar de algumas notícias já terem citado as operações, especialmente no estado do Mato Grosso. Até o dia 14 de janeiro, a organização estima que 13,5% do feijão 1ª safra (verão 2022/23) já havia sido colhido no país, progresso acima dos 9,7% registrados na mesma data no ano passado. Todo o feijão do estado de São Paulo já foi colhido até o momento.

Para o algodão, a Conab estima que a semeadura segue com atraso relevante: estava em 36,2% até 14 de janeiro, 12,1 pontos percentuais abaixo do que havia sido registrado na mesma data do ciclo passado. A situação mais crítica vem especialmente do estado do Mato Grosso, onde 19,0% de progresso foi registrado (contra 36,6% há um ano). Goiás, Minas Gerais, Maranhão e Piauí estão com ritmo bem acima do registrado em 2021/22. Já a Bahia registra 80,0% de progresso contra 84,0% no ano passado, praticamente o mesmo ritmo.

Sobre o estádio fenológico atual das lavouras no país (até 14/01), a Conab indica que o milho 1ª safra está 31,0% em desenvolvimento vegetativo, 22,8% em floração, 30,6% em enchimento de grãos e os outros 15,6% nos demais estágios. Na soja, 19,8% das lavouras seguem em crescimento vegetativo, 20,3% encontram-se em floração, 51,7% já em enchimento de grãos e outros 8,2% nas demais fases. Por fim, no algodão, 67,8% dos campos ainda está em emergência (resultado do atraso no plantio), enquanto que 30,2% já estão em desenvolvimento vegetativo.

Até o início da 4ª semana de janeiro, a Conab estima que as condições hídricas para a soja estarão favoráveis em quase todos os estados. A exceção se dá para o Rio Grande do Sul, onde parte do sul do estado estarão sob média restrição e outras sob baixa restrição. Já para o milho 1ª safra, a situação é bastante similar: apenas no RS teremos condições mais críticas, neste caso com áreas do sudoeste gaúcho podendo passar com elevada restrição pluviométrica (falta de chuva). Demais estados segue com boas condições de umidade. Vamos torcer para que as condições no RS melhorem nos próximos dias. E se você quiser acompanhar estes relatórios em profundidade, basta acessar: conab.gov.br/info-agro/safras

No cenário internacional, o 1° relatório de 2023 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com a previsão para a safra global de grãos (2022/23), reduziu um pouco mais a previsão para a produção de milho: de 1.161,9 (mês passado) para 1.155,9 milhões de t (agora em janeiro). A baixa é resultado da forte revisão nas estimativas para os Estados Unidos, principal produtor, que agora deve entregar 348,8 milhões de t (era de 358,8 em dezembro/2022), 8,9% inferior ao ciclo passado. Na China, o ajuste foi feito no sentido contrário e a estimativa de produção foi elevada de 274,0 para 277,0 milhões de t. No Brasil, o USDA reduziu em 1 milhão de t a perspectiva de oferta, estando agora em 125,0 milhões de t (+ 7,8%). Como resultado, os estoques globais do cereal devem ficar em torno de 296,4 milhões de t, 3,1% menor ou 9,5 milhões de t a menos, na comparação com 2021/22.

A soja seguiu um comportamento similar, com revisão das estimativas de produção global para baixo: em dezembro, era de 391,2 milhões de t e agora está em 388,0 milhões de t. Nos três principais produtores, o cenário é o seguinte: no Brasil, a produção foi jogada para cima, de 152,0 para 153,0 milhões de t (+18,1%); nos Estados Unidos, a revisão foi feita para baixo, de 118,3 (dezembro) para 116,4 milhões de t (este mês); por fim, na Argentina, a previsão de oferta da leguminosa caiu de 49,5 para 45,5 milhões de t (+3,6%) entre o mês passado e o atual. Os estoques globais de soja devem ficar em torno de 103,5 milhões de t em 2022/23, alta de 5,4% ou 5,3 milhões de t adicionais.

Em dezembro, as exportações do agronegócio brasileiro registraram novo recorde (o 12° do ano!), com receitas que somaram US$ 11,32 bilhões (+15,4%), informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Entre as principais categorias vendidas no mês, ficaram: em 1°, “Cereais, Farinhas e Preparações” com US$ 2,18 bilhões (+117,9%), dos quais o milho foi o principal componente (84,9%) com US$ 1,85 bilhão; em 2° lugar ficou o “Complexo Soja” com vendas em US$ 2,18 bilhões (-2,7%), sendo que os volumes embarcados de soja em grão caíram 25,5% no comparativo com dezembro passado; na sequência (3°) aparecem as carnes com US$ 1,89 bilhão (+13,2%), tendo as proteínas bovina, de frango e suína exportado US$ 832,0 milhões (+ 14,7%), US$ 762,0 milhões (+ 8,6%) e US$ 251,0 milhões (+ 32,7%), respectivamente; na 4ª posição aparecem os “Produtos Florestais” com US$ 1,19 bilhão (- 14,2%); e fechando o top 5 temos o “Complexo Sucroalcooleiro” com embarques em US$ 1,18 bilhão (+ 37,5%). Do outro lado da balança, importamos US$ 1,44 bilhão em dezembro (+ 0,9%), o que permitiu um saldo de US$ 9,87 bilhões no mês (+ 17,8%).

Ainda sobre as exportações, 2022 se encerrou com o agro brasileiro vendendo US$ 159,09 bilhões, crescimento de 32,0% no comparativo com 2021 e representando 47,6% de todas as receitas exportadas pelo Brasil. Do lado das importações, o agro comprou US$ 17,24 bilhões (+11,0%), o que permitiu um saldo positivo na balança comercial de US$ 141,85 bilhões (+35,1%). No total de 2022, os volumes cresceram 8,0% e os preços médios ficaram 22,1% superiores a 2021.

Se considerarmos um valor médio do dólar (câmbio) em R$ 5,20 em 2022, as receitas do agro somaram R$ 826,8 bilhões. Isto significa: R$ 68,9 bilhões por mês; R$ 2,3 bilhões por dia; R$ 94,4 milhões por hora; R$1,6 milhão por minuto. Provavelmente, enquanto você lia apenas os dados de exportações, o Brasil já vendeu mais uns 2 ou 3 milhões de reais ao mundo. Incrível o desempenho do nosso setor!

O Mapa também consolidou os números de 2022 para o Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuário: incríveis R$ 1,189 trilhão, leve queda de 0,1% no comparativo com 2021. Desse total, as cadeias agrícolas (lavouras) participaram com 68,5% da renda do setor, somando R$ 814,77 bilhões (+0,6%). Já as atividades ligadas a pecuária apresentaram uma leve queda no VBP no último ano, de 1,4%, totalizando R$ 374,27 bilhões. A cadeia da soja foi a que apresentou maior renda no geral, com R$ 338,13 bilhões, apesar de ter registrado queda de 12,0% no comparativo com 2021. Na produção animal, a maior participação veio de bovinos, com R$ 151,10 bilhões, embora também tenha registrado queda, neste caso de 4,4%. No geral, as cadeias que mais registraram alta no VBP foram: a da mamona (+ 29,7%), o café (+ 24,9%) e o tomate (+ 23,2%).

Para 2023, a estimativa do Mapa é mais positiva, indicando um crescimento de 6,3% na renda agropecuária, que deve totalizar R$ 1,263 trilhão. As lavouras devem participar de 69,8% desse total, somando R$ 882,02 bilhões (+ 8,3%). Os outros 30,2% deverão vir das cadeias da pecuária, que devem totalizar VBP de R$ 381,40 bilhões (+ 1,9%). Alguns destaques positivos para este ano são: a soja, que deve crescer 20,2% e totalizar R$ 406,38 bilhões; e o mandioca (+ 15,2%); e o amendoim (+ 12,6%). Já os negativos serão: o trigo (- 24,3%); a mamona (- 23,6%); e o café (- 16,1%). Vamos acompanhar o andamento ao longo deste ano, torcendo para os bons preços aos nossos produtores!

No café, nova projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reviu a produção global em 2022/23, reduzindo a oferta em 2 milhões de sacas (60kg), estando agora prevista em 172,8 milhões de sacas. Apesar da queda, a produção ainda deve ser 4,0% superior ao ciclo passado. Nos 3 principais produtores, as novas estimativas indicam: 1°) No Brasil, a produção deve ficar em 64,3 milhões de sacas (+ 7,8%); 2°) Já o Vietnã deve entregar 30,2 milhões de sacas (- 4,3%); e, por fim, na Colômbia (3°), 12,6 milhões de sacas do estimulante serão produzidas (+ 7,0%). Com a revisão para baixo nos números brasileiros, o USDA reviu as nossas exportações do café, que deem totalizar 39,8 milhões de sacas em 2022/23, 9,0% superior ao período passado.

Voltando a falar sobre a cultura da soja, neste início de 2023, o Consórcio Antiferrugem divulgou um relatório apontando que 32 casos de ferrugem asiática foram detectados no país, alta de 220,0% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O Paraná aparece como principal estado de ocorrência da doença, com 15 casos registrados, seguido de São Paulo com 8 casos. Momento de atenção do produtor em relação ao manejo e controle, para evitar prejuízos mais à frente!

Na área econômica, a boa notícia é que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) calculou um crescimento de 8,0% no PIB do agronegócio em 2023. Se confirmado, será a maior alta para o setor desde 2017. O otimismo em relação aos resultados na safra brasileira de grãos é um dos principais fatores que justificam os cálculos, segundo a instituição. Vamos torcer para que se confirmem!

E neste início de 2023, a Forbes divulgou a sua lista com as 100 maiores companhias do agronegócio em 2021. Juntas, elas faturaram R$ 1,28 trilhão em 2021, alta de 34,6% no comparativo com o ano anterior. Deste total, 67% vem das 10 maiores empresas do setor, que juntas faturaram R$ 929,6 bilhões (+ 34,7%). 21 empresas faturaram mais de R$ 10 bilhões em 2021. Entre os setores que mais se destacaram estão: empresas de proteína animal, com R$ 520 bilhões (+ 28,9%); e empresas de alimentos e bebidas, com R$ 270,4 bilhões (+ 36,4%). O top 15 é formado por: 1°) JBS, com R$ 350,7 bilhões; 2°) Cosan, com R$ 113,1 bilhões; 3°) Cargill com R$ 101,1 bilhões; 4°) Marfrig, com receita de R$ 85,4 bilhões; 5°) Ambev, com R$ 72,9 bilhões; 6°) BRF com R$ 48,34 bilhões; 7°) Suzano Holding, que registrou R$ 40,97 bilhões; 8°) Copersucar, com R$ 40 bilhões; 9°) Louis Dreyfus com R$ 38,9 bilhões; 10°) Amaggi, cuja receita foi de R$ 38,21 bilhões; 11°) Raízen, com R$ 32,1 bilhões; 12°) Minerva, com R$ 27,0 bilhões; 13°) Coamo, com R$ 23,7 bilhões; 14°) Aurora, que registrou R$ 19,4 bilhões; e em 15°) temos a C.Vale, com R$ 17,4 bilhões. Vale o destaque que entre as 15 principais empresas do setor, 4 são cooperativas!

E concluindo a nossa análise do agro, apresentamos na sequência os preços dos principais produtos do setor na data de fechamento da nossa coluna. Na soja, considerando a entrega em cooperativa do estado de São Paulo, o preço Spot (jan/23) era de R$ 168,90/sc (60 kg); para mar/23, ficou em R$ 165,30/sc; e para abr/23 fechou em R$ 165,60/sc. No milho, o preço físico era de R$ 87,00/sc (60 kg) e no futuro, tínhamos: R$ 91,42/sc (mar/23); R$ 88,32/sc (jul/23); e R$ 93,70/sc (nov/23). No caso do algodão em pluma (com base no Cepea/Esalq), a arroba (@) ficou cotada em R$ 175,73. Demais produtos (Cepea/Esalq) ficaram com os seguintes preços: boi gordo em R$ 287,00/@; café arábica em R$ 979,10/sc; o trigo em R$ 1.687,68/t; e a laranja indústria cotada em R$ 33,17/cx (40,8kg).

Os cinco fatos do agro para acompanhar em fevereiro são:

  1. O início e progresso das colheitas de soja e milho 1ª safra, além do avanço no plantio e as janelas recomendadas para o milho safrinha. Chegamos ao momento crítico onde um único dia importa nos resultados que teremos na 2ª safra (lembrando que 80% do milho produzido no BR vem deste sistema de cultivo). Há indícios de um leve atraso nas operações, mas vamos acompanhar como serão os próximos dias (chuvas, ritmo e outros).
  2. Seguir de olho no clima! Um pouco mais distante dos efeitos de La Niña, as chuvas tem sido muito positivas em geral para o produtor brasileiro (exceções no RS, como vimos). Ainda assim, é importante acompanhar as janelas para que as operações de colheita sejam viabilizadas, bem como a continuidade da humidade pensando nas culturas que estão sendo instaladas agora.
  3. Olhar para o câmbio. Nos últimos dias, acompanhamos uma nova alta nas cotações do dólar, que chegou a R$ 5,48 em 3 de janeiro e agora permanece em torno de R$ 5,20. Como muitas operações do setor (compra e/ou venda) dependem da moeda estrangeira, cabe-nos acompanhar diariamente estas oscilações para melhor tomada de decisão.
  4. Custos de produção e gestão financeira da propriedade. Temos observado uma alta nos preços de insumos em geral, as altas em juros e menor crescimento do mercado mundial (PIB 1,5%). A nossa expectativa é que os custos de produção comecem a cair antes dos preços, mas até lá temos que ter cautela e lembrar de “ficar melhor antes de ficar maior”!
  5. Por fim, seguir analisando toda a conjuntura global, tanto econômica como política. Destacamos aqui dois eventos de relevância para este mês: as fortes secas que tem impacto a produção agrícola na Argentina; e a continuidade e avanços no conflito entre Rússia e Ucrânia.
Marcos Fava Neves
Marcos Fava Neves é Professor Titular dos cursos de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAEASP/FGV em São Paulo. Especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Coautoria: Vitor Nardini Marques e Vinicius Cambaúva.

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