O décimo nono episódio da Jornada SOMAR Forças da Credicitrus demonstrou, por meio dos depoimentos de cinco cooperadas, que a presença feminina tem sido muito relevante na área de saúde, não só neste período crítico de pandemia, mas a qualquer tempo. O evento colocou em realce a capacidade que as profissionais de saúde têm de unir a dedicação à ciência e ao conhecimento com o amor ao próximo. Ao mesmo tempo, revelou a capacidade de cada mulher participante conciliar de forma equilibrada a rotina do trabalho, a vida familiar, principalmente como mãe, e a evolução espiritual, cada qual praticando a religiosidade de acordo com sua fé.

Participaram do evento, abordando o tema “A Força da Mulher na Área de Saúde”, as cooperadas Dra. Elza Senda Fukuda, médica endocrinologista; Dra. Margareth Kath Lucca, médica anestesiologista; Dra. Carolina Kath Lucca, médica clínica geral; a enfermeira Ana Carolina Gonçalves Bonafim; e a fisioterapeuta Luciana Uchida de Oliveira A. Lima.  

O webinar foi realizado no dia 25 de março, com transmissão ao vivo pelas redes sociais da Cooperativa, tendo como mediador o cooperado professor Marcos Fava Neves. Também participaram os diretores executivos da Cooperativa Domingos Sávio Oriente Franciulli (Comercial) e Marcelo Antonio Soares (Operações) e a gerente de Relacionamento com Cooperados e PAs, Karina Andriazi Cavazane.

O seminário, com os depoimentos completos das participantes, permanece gravado no canal da Credicitrus no Youtube.

Cooperativismo em destaque

Na abertura do webinar, Karina Cavazane chamou atenção para o fato de a área de saúde ter presença expressiva no cooperativismo brasileiro, salientando que o principal destaque é a Unimed, o maior sistema cooperativista de trabalho médico do mundo e a maior rede privada de assistência médica do Brasil. A primeira UNIMED foi fundada em Santos, no litoral paulista, em 1967. Hoje são 348, com 114 mil médicos associados e 18 milhões de beneficiários.

Adicionalmente, enfatizou: “Por outro lado, a saúde no Brasil é predominantemente feminina. Isso é comprovado por números. Segundo dados do IBGE, as mulheres representam 65% dos mais de 6 milhões de profissionais que atuam nessa área, tanto no serviço público quanto no setor privado. Em algumas carreiras, as mulheres são mais de 90%. É o caso da Nutrição, da Fonoaudiologia e do Serviço Social. Em outras, como Enfermagem e Psicologia, são mais de 80%. E quase 70% dos cargos de gestão do SUS são ocupados por mulheres”.

Na sequência, o Professor Marcos Fava Neves relembrou que a série de webinars da Jornada SOMAR Forças “representa um programa de conhecimento, com verdadeiras aulas de uma hora a uma hora e meia sobre os mais variados temas”. Acrescentou: “Já estamos chegando a 30 mil pessoas beneficiadas por esta série”. E concluiu: “Educação nunca é demais, sempre podemos avançar mais”

Apresentações em resumo

As experiências e considerações das cooperadas participantes do evento são resumidas a seguir.

Ana Carolina Bonafim –Enfermeira formada há 20 anos em São José do Rio Preto, com MBA em Administração de Serviços de Saúde, é casada, mãe de dois filhos. Em sua carreira profissional, começou trabalhando no Hospital Samaritano de Bebedouro, hoje Unidade Pediátrica da Unimed. Após concluir o MBA, trabalhou durante seis anos na Fundação Pio XII, em Barretos, que qualifica como “uma escola de empatia, cuidando do paciente e de sua família”. Aí também atuou na área de qualidade, visando à acreditação do Hospital do Câncer, hoje Hospital de Amor de Barretos, que ocorreu em 2007. No ano seguinte, assumiu a gerência de enfermagem do Hospital Unimed de Bebedouro, liderando uma equipe de 200 profissionais, na qual permanece. Declara: “Vivo a enfermagem 24 horas por dia. Acredito em uma enfermagem com ciência, conhecimento, técnica, método e, associado a tudo isso, com amor ao próximo”. E finalizou: “Não queremos ser vistos como heróis, mas como pessoas que cuidam de pessoas”.

Dra. Carolina Kath Lucca – É médica e está fazendo residência em clínica médica na Santa Casa de Ribeirão Preto. Gravou em depoimento em vídeo, que foi exibido durante o webinar, no qual salientou: “Logo que entrei na residência, veio a pandemia. Tivemos que nos adaptar. Nós residentes fomos recrutados para atuar na linha de frente. Nesse trabalho, sempre que é necessário intubar um paciente, nós ligamos para a família para informar-lhe. E houve um caso que me tocou bastante, de um paciente jovem, com 29 anos. Já havíamos feito de tudo para ele em um dia extremamente caótico. Liguei para a família desse paciente, que dizia estar morrendo de medo, e fiquei emocionada. Uma paciente que estava ao lado me chamou e disse Doutora, a senhora foi Mulher Maravilha o dia inteiro, mas não precisa ser Mulher Maravilha o tempo todo. De fato, a gente veste a carapaça e, enquanto pode, luta até o final para não deixar a peteca cair. Infelizmente, esse paciente veio a óbito uma semana depois”. E complementou: “Por que Deus permitiu esse vírus em nossa vida? Para a gente dar valor aos nossos, à nossa família. A gente precisa pensar mais nisso, dar mais valor às pequenas coisas”.

Dra. Margareth Katt Lucca – Natural do Rio Grande do Sul, descendente de alemães, formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, depois fez residência médica em Ribeirão Preto, SP, especializando-se em anestesiologia. É mãe da Dra. Carolina e de mais uma filha e um filho. Ressaltou em seu depoimento: “Não basta ser médico. Para ser médico, é preciso amar. Costumo dizer: nós não somos só corpo. Somos três em um, mente, corpo e alma. Não somos mais mente do que corpo, nem mais corpo do que alma. Temos que ter esses três fatores equilibrados. Em nossa profissão exercemos isso de forma intensa. Muitas vezes, deixamos de comer, de dormir, e no dia seguinte estamos novamente com a mesma capacidade”. E completou: “Acredito na ciência, mas acredito também no toque de Deus em nossas vidas. Há uma grande contradição – algumas pessoas dizem A Margareth é frágil, mas eu me sinto forte, focada, e essa força vem de Deus e é vitoriosa em todos os momentos”.

Dra. Elza Senda Fukuda – Médica endocrinologista, formada há 38 anos em Taubaté, SP, vive há mais de 30 em Bebedouro, depois de feito especialização na cidade de São Paulo. É casada com um médico ginecologista e mãe de dois filhos, um engenheiro agrônomo, o outro estudante de medicina. Relembrou inicialmente de sua vida familiar: “Meus pais são japoneses, imigrantes. Minha mãe dizia: Você é descendente de samurai, e samurai significa servidor. Como católica mariana, minha mãe também dizia: Maria é exemplo de servidora. Foi com esse espírito que vim para Bebedouro”. Adicionalmente, afirmou: “Toda mulher é multitarefa. A vida no interior é mais tranquila para a família japonesa, que é organizada por natureza. Assim, tive inicialmente vários empregos em Bebedouro”. Além disso, atuou no cooperativismo, inicialmente como cooperada da Unimed, depois como conselheira da cooperativa Unimais (que foi incorporada pela Credicitrus em 2019). Atualmente, dedica-se predominantemente à medicina: “Ser médico não é simplesmente uma profissão, se não tiver amor a essa vocação não consegue ser médico. Com a pandemia, fiquei mais médica. Sempre trabalhei em pronto-socorro, em emergência. Apesar de fazer parte do grupo de risco, continuo trabalhando na linha de frente e em meu consultório. Fiquei com medo, é claro, mas a gente se arma de coragem e vai em frente, pois esse Deus que nos mantém, nos protege. É importante cuidarmos dessa vida, estar a serviço dessa vida da melhor forma possível”.

Luciana Uchida de Oliveira A. Lima – Fisioterapeuta formada há 12 anos, especializada na área de osteopatia, não tem atuado na linha de frente, mas atende pacientes com sequelas da Covid-19. Casada com um médico, testemunha diariamente sua preocupação com a falta de leitos e oxigênio, e é mãe recente, o que a obrigou a abdicar temporariamente da vida profissional para cuidar do filho. Declarou: “Nós que não estamos na linha de frente, não estamos acostumados a perder pacientes. Porém, tive uma experiência dolorosa. Estava atendendo uma paciente, que, durante o atendimento, apresentou sinais de Covid, com falta de ar. Acompanhei o caso junto com sua filha. Infelizmente, dois dias depois teve quer ser intubada e, passados mais dois dias, veio a falecer. Por isso, quero manifestar minha admiração pelos profissionais na linha de frente, pelo que passam no dia a dia”.

Avaliações dos diretores

Marcelo Soares disse, ao final das apresentações das cooperadas: “Tivemos uma verdadeira aula, passando por temas profundos como cuidados com pessoas, gestão de pessoas, importância do planejamento, carinho, a reflexão de que é preciso viver e não só existir, estarmos próximos das pessoas que amados, a conjunção de ciência, fé e família, o dom de servir”. Em seguida, deu ênfase ao cooperativismo: “Queremos deixar um convite a todos que não nos conhecem, que venham conhecer o cooperativismo. Quanto mais o cooperativismo está presente em uma localidade, maior o seu Índice de Desenvolvimento Humano, isso é comprovado por exemplos no Brasil e no mundo”. Depois, falou sobre a Credicitrus; “Em 2020, apesar dos problemas decorrentes da pandemia, tivemos recordes em nosso desempenho”. Finalizou afirmando: “Hoje os bancos detêm mais de 85% dos negócios no sistema financeiro. Se fosse o inverso, com as cooperativas detendo essa participação, estaríamos mais fortes e as famílias estariam mais preparadas para enfrentar essa crise”.

Domingos Sávio avaliou: “Nesta jornada SOMAR Forças, temos tido um evento melhor que o outro, sempre com superação. Hoje saio daqui melhor do que entrei”. Em seguida, fez um breve resumo dos pontos que considerou mais marcantes em cada apresentação e declarou: “Tudo o que foi dito, o equilíbrio entre a dedicação pessoal e profissional, o amor ao próximo, fazer bem ao outro sem interesse, tudo isso nos tocou fundo. Na verdade, a empatia e o fazer com amor valem para todos as atividades e é isso que procuramos fazer na Credicitrus dia após dia”. E complementou, dirigindo-se às cooperadas participantes do webinar: “Ser mulher, mãe e médica é uma tríplice coroa. Vocês nos dão força e nos mostraram que, como cristãos, devemos fazer o bem no dia a dia, em tudo, sempre buscado o melhor”.

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