O quarto seminário online da Jornada “Somar Forças”, realizado no final da tarde de ontem (quarta-feira, 17 de junho), abordou o tema “Gestão de Riscos”, que está estreitamente relacionado com a boa administração dos recursos financeiros da Cooperativa, de modo a assegurar o bom atendimento às necessidades dos cooperados e a preservação e valorização do seu patrimônio comum.
Marcelo Martins, diretor de Tecnologia e Gestão da Credicitrus, que também é responsável pela Diretoria de Risco da Cooperativa, foi o mediador e âncora do evento. Salientou, na abertura, que a gestão de risco é um conjunto de atividades complexo, que envolve uma grande quantidade de critérios, cuidados, ações e planos (“planos vivos, flexíveis e em constante atualização”), visando a identificar, medir e combater os riscos das mais variadas origens, internos e externos, que podem afetar a segurança e a eficiência das operações da Credicitrus.
O evento teve três palestrantes externos convidados: André Giovane Canavarro Alves, superintendente de Gestão de Riscos do Bancoob; Alfredo Luiz Venzel de Oliveira, superintendente de Gestão de Riscos e Capital do Sicoob Confederação; e Rodrigo Matheus Silva de Moraes, diretor-presidente executivo do Sicoob São Paulo.
Três gestores da Cooperativa completaram o quadro de palestrantes: Anadir Ribeiro Júnior, gerente de Riscos; Gesiel Gomes, gerente de Tecnologia; e Cassio Rissi, supervisor de Segurança da Informação.
O evento ainda contou com a participação dos demais diretores executivos da Cooperativa: Walmir Fernandes Segatto, CEO; Domingos Sávio Oriente Franciulli, diretor Comercial; e Marcelo Antonio Soares, diretor de Operações.
Manifestações em resumo
Anadir Ribeiro Júnior disse que a preocupação com os riscos está presente na história da Cooperativa. Porém, a partir de 2007, passaram a ser mais estruturados os cuidados com a gestão de riscos e a continuidade dos negócios. Foram adotadas providências importantes como, por exemplo, a instalação de um datacenter backup, ou seja, um centro de processamento de dados idêntico ao da sede, instalado em outra localidade, que funciona em paralelo e, em caso de problema, substitui o primeiro em fração de segundos, sem que os usuários percebam. Ao mesmo tempo, foram desenvolvidos e são revistos e atualizados constantemente vários planos, como de continuidade operacional, administração de crises e retorno à normalidade. Completou afirmando que, graças à preparação da Cooperativa, foi possível realizar pré-assembleias e assembleias online, com total segurança, e colocar, a partir da segunda quinzena de março, mais de 60% do quadro de colaboradores trabalhando em home office. Desde então, por meios remotos, os gerentes de negócios fizeram 90 mil contatos com cooperados, para dar explicações, atender a necessidades e manter proximidade com todos.
Gesiel Gomes abordou os riscos cibernéticos, que vêm ganhando importância à medida que o mundo vem se tornando cada vez mais online. “Os dados são o principal ativo de qualquer organização e, por isso, devem ser protegidos e preservados”, salientou. Daí se desenvolveu uma nova disciplina, a cibersegurança, que visa a prevenir e combater os chamados ciberataques, que estão hoje entre os cinco maiores riscos globais. “Não é um tema técnico, mas estratégico”, acrescentou, explicando que, nesse sentido, o Banco Central publicou em 2018 a Resolução 4.658, que dispõe sobre a política de segurança cibernética e os requisitos para a contratação de serviços e processamento e armazenamento de dados e computação em nuvem a serem observados pelas instituições financeiras. Gesiel completou: “Para cobrir todos os riscos, desenvolvemos um plano com visão 360 graus. Esse plano é baseado em quatro pilares – ambiente, processos, pessoas e tecnologia – por meio dos quais são monitorados riscos, utilizadas barreiras de proteção (dentre as quais firewall, antivírus e criptografia) para todos os equipamentos, inclusive os terminais de cada colaborador. Também são desenvolvidos sistemas e adotados cuidados permanentes com a rede de telecomunicações.
Cassio Rissi complementou as explicações de Gesiel, explicando que a Resolução 4.658 do Banco Central, embora estabeleça regras de segurança cibernética para as instituições financeiras, se antecipa à Lei Geral de Proteção de Dados (JGPD), que deve entrar em vigor em maio de 2021, em princípio. “São regras que todas as organizações, de qualquer setor de atividade, deverão seguir no futuro”, afirmou. Com relação à Visão 360o, ressaltou que dois processos básicos são particularmente importantes, o gerenciamento de atualizações e a gestão de mudanças, para que a Cooperativa disponha sempre da última palavra em soluções, seja em processos, ambiente e tecnologia. Finalmente, com relação às pessoas, disse: “Em segurança de informação, as pessoas podem ser o elo mais fraco, se forem mal trabalhadas, ou o elo mais forte, se bem trabalhadas. Por isso, mantemos treinamentos constantes e foi criado o Comitê de Segurança da Informação, envolvendo todas as áreas da Credicitrus”.
Rodrigo Matheus Silva de Moraes abordou os riscos de mercado, que são numerosos, incluindo, entre outros: variação das taxas de juros, a começar pela taxa Selic (que durante o webinar foi reduzida pelo Copom a 2,25% ao ano); variação cambial; cotações das ações e das commodities; mudanças na política econômica interna e de países com os quais o Brasil mantém relações comerciais; fenômenos climáticos; e riscos sanitários, como a atual pandemia. Por esse motivo, a Sicoob-SP monitora permanentemente esses riscos, para orientar e manter informadas as cooperativas que fazem parte da central.
André Giovane Canavarro Alves centrou sua apresentação no risco de crédito, afirmando: “Não é possível falar em liquidez nas empresas sem mencionar o risco de crédito, que envolve os riscos de não pagamento e de perda da capacidade de pagamento por devedores e ainda a validade e a qualidade das garantias oferecidas”. Ressaltou que o crédito tem tido papel fundamental durante esta pandemia, daí a importância de toda cooperativa manter carteiras saudáveis, conservando a capacidade de atender bem as necessidades dos cooperados, sem, por outro lado, comprometer ou prejudicar seu equilíbrio e sua solidez econômico-financeira.
Alfredo Luiz Venzel complementou os comentários falando sobre risco integrado, afirmando que o Sicoob mantém atenção permanente a todos os fatores citados pelos demais palestrantes, buscando manter previsibilidade, avaliando cenários futuros, possibilidades e tendências. “Buscamos enxergar o que pode aumentar o risco das operações financeiras não só hoje, mas até um ano à frente” e completa: “uma gestão de risco eficiente nos permite cuidar do patrimônio de todos os cooperados.”
Ao final, os diretores executivos da Cooperativa fizeram seus comentários.
Walmir Segatto salientou que “a gestão de riscos é um assunto muito complexo, que nunca se mostrou tão necessário quanto hoje, não só nas cooperativas, mas em organizações de qualquer área”.
Marcelo Soares acentuou que é frequente confundir a área de risco com a de crédito, e explicou: “Na verdade, há segregação entre ambas, e isso é regulado pelo Banco Central. Em nosso caso, a área de crédito está em nossa Diretoria de Operações, enquanto a de risco foi atribuída à Diretoria de Tecnologia e Gestão”.
Domingos Sávio parabenizou todos os palestrantes: “Tivemos aqui uma verdadeira aula”. Acrescentou que o bom gerenciamento de riscos dá mais qualidade à condução das atividades comerciais, gera negócios melhores para o cooperado e permite identificar oportunidades de geração de valor para a Cooperativa.
Assista à gravação completa do webinar: