O cooperativismo está cada vez mais difundido no Brasil e no mundo, mas ainda desperta muitas dúvidas na população em geral. O desconhecimento de parte dos cidadãos acabou gerando informações que não são verdadeiras a respeito desse modelo de negócio, e que geram muita confusão.
As cooperativas surgiram para ajudar as pessoas, de forma a promover benefícios para todos os participantes e para a comunidade à sua volta. Mas, para que ela possa cumprir seu papel e para que você também possa usufruir dessas vantagens, é fundamental combater esses mitos por meio de informações reais e confiáveis.
Por isso, vamos começar este artigo explicando o que é e como funciona o cooperativismo. Em seguida, vamos desmistificar as principais inverdades sobre o assunto, para que você possa saber, de forma correta, tudo o que ele tem a lhe oferecer. Confira!
O que é o cooperativismo?
O cooperativismo é um sistema de ajuda mútua, no qual um grupo de pessoas com algum interesse em comum se une para conseguir vantagens que, sozinhas, não conseguiriam. Elas podem atuar em diversos tipos de atividades e variar de tamanho conforme a quantidade de pessoas cooperadas.
Cada indivíduo adquire uma quantia de cotas-partes e todos são considerados sócios da cooperativa. As decisões são tomadas de forma democrática e o voto e a voz de cada associado tem valor. Dessa forma, todas os ganhos obtidos por meio do sistema são compartilhados de forma proporcional a participação de cada um.
Quais são os 6 principais mitos e verdades sobre ele?
Esclarecido o conceito de cooperativismo, vamos falar um pouco sobre os mitos que circulam a respeito do assunto, trazendo as informações corretas. Acompanhe.
1. O cooperativismo só funciona para algumas atividades
Esse mito surgiu por causa das cooperativas agropecuárias, que foram as primeiras a se difundirem pelo Brasil. Contudo, o cooperativismo não se limita a esse setor. Atualmente, o modelo é aplicado em diferentes áreas, como:
- serviços financeiros;
- reciclagem de materiais descartados;
- educação;
- serviços de saúde;
- artesanato.
Basta lembrar que o foco dele está na cooperação entre as pessoas em prol de um objetivo comum. Não há nada que diga que esse objetivo faça parte de uma lista fechada de possibilidades. De uma forma geral, qualquer grupo de pessoas que desejam se ajudar podem montar uma cooperativa.
2. Cooperativas de crédito e bancos são a mesma coisa
Existem muitas semelhanças entre as instituições financeiras tradicionais e as cooperativas de crédito, mas elas não são a mesma coisa. Os bancos privados são instituições pertencentes a um pequeno grupo de pessoas, que têm todos os direitos e responsabilidades sobre ele. São elas quem decidem as estratégias da empresa e as taxas a serem aplicadas para a geração dos lucros.
Os bancos públicos pertencem ao governo, que, por sua vez, responde aos cidadãos. Na prática, eles são regidos e limitados pelas determinações do presidente do país. A forma de atuação dessas organizações, muitas vezes, atendem a interesse político e não às necessidades dos clientes.
Nas cooperativas, todos os “clientes” também são cooperados, ou seja, donos do negócio. Além das decisões serem tomadas em conjunto, através das assembleias. O modelo proporciona o crescimento de todas as pessoas assistidas e não apenas de um pequeno grupo. É uma troca justa que permite que cada um consiga cumprir com seu objetivo financeiro.
3. Os sindicatos de categoria substituem as cooperativas
Essa é uma inverdade bem grave. Apesar de cooperativas e sindicatos terem o mesmo objetivo de ajudar um grupo de pessoas em um assunto comum, os sindicatos estão diretamente relacionados a assuntos profissionais. Sua atuação se dá apenas no que se restringe à categoria de classe trabalhadora que ele representa. Em outras palavras, o sindicato dos professores contribui apenas com quem é professor, por exemplo.
No cooperativismo não há essa limitação. A relação dos cooperados é com o mercado e a comunidade no seu entorno e não entre empresas e funcionários. Ambos visam a cooperação, mas cada um aplica o conceito de uma forma diferenciada.
4. As cooperativas financeiras não geram lucros aos cooperados
Esse é um mito que vem do medo das pessoas em confiar nas instituições financeiras. Depois de tantos anos vivenciando a prática dos bancos privados, que cobram taxas altas para a geração de uma margem maior de lucro a ser usufruída por poucos, é comum que haja um receio por parte do cidadão que nota as taxas mais baixas cobradas pelas cooperativas.
O fato é que no cooperativismo não há clientes como nos bancos tradicionais. Todos são cooperados. Logo, não existe esse foco em obter vantagens sobre os demais, isso sequer faz sentido em relação à proposta do modelo. As taxas aplicadas são suficientes para cobrir os custos e o que sobra, que seria o equivalente ao lucro, é partilhado entre os cooperados ao final de cada exercício conforme a participação de cada um.
5. As cooperativas não são confiáveis
Essa é uma informação que os bancos tradicionais tendem a disseminar quando precisam argumentar sobre seus juros mais altos. Porém, a verdade é que os juros das cooperativas são mais baixos por não visarem um lucro. Elas são estabelecidas em valor suficiente para cobrir as despesas com as transações.
O sistema de cooperativas financeiras cresceu bastante no Brasil e isso faz com que as cooperativas menores não estejam sozinhas em suas operações. Elas contam com o apoio de um grupo maior, todos com o mesmo intuito de cooperação. As chances de ter problemas junto a essas instituições são as mesmas que nos bancos tradicionais.
6. A cooperativa foca apenas nos benefícios próprios
A falta de conhecimento sobre o que é o cooperativismo é a principal causa do surgimento desse mito. Um dos princípios de uma cooperativa é contribuir com o crescimento dos cooperados, de suas famílias e da comunidade na qual ela está inserida. São valores muito fortes e presentes em qualquer tipo de cooperativa.
Esse modelo de negócio tem como prioridades as questões humanas envolvidas no seu setor de atuação. Uma cooperativa de produtores rurais tem como objetivo ajudar os cooperados a produzir melhor, de forma mais barata e com com bom escoamento para que eles possam sustentar suas famílias e girar a economia da região.
Já uma de catadores de recicláveis visa contribuir com o meio ambiente ao mesmo tempo em que ajuda a promover uma fonte sustentável de renda para as famílias assistidas. Nas cooperativas financeiras, as pessoas que buscam um auxílio financeiro se juntam a outras que precisam de investimentos melhores.
Como vimos, os principais mitos sobre o cooperativismo surgiram com base na falta de conhecimento das pessoas a respeito do assunto. Por isso, antes de repassar uma informação, verifique se ela é verdadeira para evitar que instituições sérias sejam prejudicadas com a propagação das chamadas fake news.
Agora que você acabou de ler fatos reais sobre as cooperativas, ajude mais pessoas a conhecer o assunto de forma correta, compartilhando este post em suas redes sociais.